O Flamengo tem enfrentado um cenário atípico nas arquibancadas durante sua campanha na Copa Intercontinental, realizada no Qatar. Um dos desafios mais notórios foi observado durante o confronto entre Flamengo e Cruz Azul, apelidado de Derby das Américas, que registrou a presença de apenas 7 mil torcedores no estádio Almad Bin Ali, que tem capacidade para 45 mil espectadores. Esse número surpreendentemente baixo de público só não foi inferior ao registrado em três partidas do Campeonato Carioca este ano.
Apesar da distribuição e venda de ingressos, com uma expectativa que girava em torno de 10 mil espectadores, a realidade ficou aquém do esperado. Diante desse cenário, os jogadores do Flamengo, incluindo Bruno Henrique, expressaram sua percepção sobre a atmosfera menos vibrante do estádio. "Esperávamos um público maior, considerando a magnitude de um Mundial", destacou Bruno Henrique após a vitória de 2 a 1 contra o Cruz Azul. Ele reconheceu, porém, o valor do apoio dos torcedores presentes, manifestando otimismo para uma maior presença rubro-negra nos jogos futuros.
A identificação dos torcedores do Flamengo que compareceram ao jogo foi complicada, uma vez que não houve uma área específica destinada aos rubro-negros, dispersando-os principalmente atrás do gol direito e na região do meio-campo.
A fraca presença de torcedores do Flamengo nas ruas do Qatar pode ser atribuída a diversos fatores, entre eles, o elevado custo para viajar ao país — com voos diretos de São Paulo girando em torno de R$ 15 mil — e a proximidade do jogo com a final da Libertadores, realizada apenas 11 dias antes. Além disso, a opção de hospedagem mais acessível começa com diárias de R$ 500.
No entanto, o cenário para os torcedores rubro-negros no Qatar tem seus pontos de encontro, como é o caso do Belgian Café Doha, em West Bay, que serve como ponto de concentração dos fãs do Flamengo e onde se localizou a equipe durante o Mundial de 2019. O estabelecimento oferece um cardápio temático, evidenciando a conexão com o clube.
A expectativa é de que a torcida do Flamengo apresente números mais robustos na arquibancada para o próximo confronto contra o Pyramids, do Egito. Iniciativas estão sendo organizadas pelas embaixadas de Dubai e de países europeus, além de esforços dos próprios torcedores para se agruparem no setor Norte do estádio Ahmad bin Ali.
Enquanto os ingressos variam entre R$ 30 e R$ 80 para as primeiras partidas, os preços para a grande final, que inclui o PSG, oscilam entre R$ 80 e R$ 380. Curiosamente, a Copa Intercontinental não tem sido o foco principal de atenção em Doha, que está mais voltada para a Copa Árabe, evento que tem tomado as ruas da cidade com torcedores dos países participantes.
O Flamengo segue sua jornada no Intercontinental, com a final programada para o dia 17 no estádio Ahmad bin Ali, enquanto a cidade de Doha se prepara para o clímax da Copa Árabe no dia seguinte, no Lusail Stadium, reafirmando seu status como um epicentro do futebol mundial.