O Fluminense entrou em campo neste domingo, pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro, carregando nas costas não só a missão de vencer mas também a de honrar sua história rica em ídolos e conquistas. Diante de um Bahia que também almejava sua cota de glória, o Tricolor desenhou um triunfo por 2 a 0 que transcendeu o simples resultado, celebrando a classificação para a fase de grupos da Conmebol Libertadores em um cenário digno de ser eternizado.
No palco mítico do Maracanã, sob os holofotes de mais de 50 mil vozes, três figuras se destacaram: Fábio, Thiago Silva e Paulo Henrique Ganso. Cada um, à sua maneira, inscreveu seu nome na narrativa tricolor da tarde, com atuações que oscilaram entre o heroísmo e a magia. Fábio, sobretudo, emergiu como o gigante entre os postes, frustrando as investidas do Bahia com defesas críticas que mantiveram o Fluminense no jogo, numa tarde onde o coletivo flertou com a inconstância.
Porém, foi do banco de reservas que surgiu o toque de Midas, na figura de Paulo Henrique Ganso. Convocado pelos cânticos da torcida, o meia adentrou o gramado e, com um lance de pura inspiração, desatou o nó que o jogo se mostrava, elevando o Fluminense a um patamar de superioridade incontestável. Seu gol, um misto de precisão e audácia, representou mais do que a abertura do placar: simbolizou uma superação pessoal após um ano marcado por adversidades.
Thiago Silva, o capitão, não deixou por menos. Em meio a rumores sobre seu futuro, ele respondeu em campo, fechando a conta e confirmando o triunfo tricolor com um gol que, além de selar a partida, reiterou sua posição como um dos pilares do Fluminense. O apelo da torcida para que o defensor permaneça no clube até o final de 2026 ressoou como um clamor por continuidade e liderança.
Com a vitória, o Fluminense assegura o quinto lugar na tabela do Brasileirão, somando 64 pontos, e carimba seu passaporte para a disputa continental no próximo ano. Porém, os olhos agora se voltam para a semifinal da Copa do Brasil, onde o Fluminense enfrentará o Vasco em busca de mais um objetivo na temporada.
O calor escaldante do Rio de Janeiro, que fez o termômetro marcar 34 graus no início da partida, não arrefeceu os ânimos nem diminuiu a intensidade da disputa, embora tenha exigido um ajuste no ritmo de jogo de ambas as equipes. Erros de passe foram uma constante, refletindo o desgaste físico e a pressão inerente ao confronto.
A estratégia do técnico Zubeldía, promovendo mudanças táticas e reforçando o ataque com substituições pontuais, demonstrou-se acertada. As entradas de Hércules, Soteldo e John Kennedy, em particular, revitalizaram a equipe e prepararam o terreno para o brilhantismo de Ganso e a solidez de Thiago Silva.
Ao término da partida, enquanto o Fluminense celebrava a conquista e a mobilização para o próximo desafio na Copa do Brasil, restou ao Bahia contemplar o fim de sua jornada no Brasileirão, marcado por um desfecho menos glorioso. Para o Tricolor, contudo, a temporada ainda promete capítulos emocionantes, com esperanças renovadas e a certeza de que, no futebol como na vida, ídolos não apenas nascem, mas se fazem sob a luz dos grandes palcos.